Bem vinda a Caua Club! Venha como você é e eleve a sua rotina. Conteúdos que facilitam sua busca por mais bem-estar.

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Por Lívia Carlomagno

           Apesar de ser um tema tão estudado e falado atualmente, a felicidade é uma “necessidade” recente na história da humanidade. Antes do século 18, as pessoas não tinham essa “obrigação de serem felizes”. Muitas inovações modernas contribuíram para o fato de as pessoas buscarem a felicidade como um imperativo em suas vidas. 

Mas será que nós realmente sabemos o que é felicidade? 

           As mídias sociais, a publicidade e o senso comum mostram a felicidade majoritariamente como um conjunto de emoções positivas em detrimento as emoções e aos sentimentos negativos, inerentes ao ser humano, e tão presentes nos dias atuais. A ciência da psicologia tem nos ajudado a entender onde está a felicidade e como podemos vivenciá-la em todo o seu potencial. Pesquisadores descobriram que as pessoas que se consideram felizes não são aquelas que estão sempre sorrindo, ou que tem mais dinheiro, fama, beleza e tempo de vivenciar prazeres materiais. Pelo contrário, são pessoas que sabem lidar com a adversidade e experimentam o bem sofrer, que buscam a saúde física e mental antes da beleza física e da juventude eternas, que buscam trabalhos que sejam uma extensão deles mesmos e das suas capacidades, que procuram ver a vida e a si mesmos como algo maior do que o seu próprio egoísmo.  

 

            Martim Seligman, o pai da psicologia positiva e da teoria da felicidade autêntica, também foi um grande estudioso da depressão e do desamparo aprendido. Ele identificou que a forma de pensar e sentir das pessoas deprimidas era pessimista, enquanto que a forma de pensar e sentir das pessoas resilientes era otimista. Isso fez com que ele ajudasse seus pacientes com depressão a mudarem a forma de pensar sobre si mesmos e sobre os acontecimentos das suas vidas, melhorando drasticamente suas condições mentais. Além disso, seus estudos sobre otimismo, o levaram a entender sobre virtudes e forças pessoais, assim como, sobre felicidade e bem-estar. Seligman afirma que a verdadeira felicidade não é uma coisa só, mas sim um conjunto de 6 elementos que podem ser trabalhados separadamente em diferentes momentos da nossa vida.

 

Os elementos que contribuem pra felicidade autêntica são as emoções positivas, o engajamento, as relações positivas, o propósito, a realização e a saúde física.

 

            As emoções positivas são realmente importantes para a sensação de felicidade. Buscar situações, pensamentos e coisas que nos façam sentir bem. Aprender a aproveitar o momento presente e as coisas boas que nos acontecem todos os dias. Buscar o sentimento de gratidão através de exercícios mentais. Procurar sentir prazer nas pequenas coisas e apostar no que nos traz prazer, tomando cuidado para não confundir prazer com felicidade. E aprender a aceitar e  lidar com as emoções negativas nos tornam mais fortes e mais capazes de sentir emoções positivas, sem que elas se tornem uma máscara para os momentos de dor.

 

            O engajamento em atividades, profissionais ou não, que nos tragam um senso de pertencimento, de que somos bons em algo, de que gostamos tanto de fazer aquilo que até perdemos a noção do tempo. Pesquisas mostram que o engajamento cria uma reserva energética de bem-estar que nos ajuda em momentos de adversidade. Muitas vezes, quando estamos engajados em uma atividade desse tipo, nem temos tempo de sentir emoções positivas naquele momento. Apenas após o término da atividade é que nos sentimos realizados e felizes.

 

            As relações positivas são a menina dos olhos das teorias sobre felicidade, pois os estudos nessa área identificaram que a única diferença significativa encontrada entre as pessoas que se consideravam mais felizes e nós, meros mortais, era que essas pessoas diziam ter muitos “amigos”. O fato é que relacionamentos familiares, amorosos, fraternais e profissionais positivos influenciam significativamente na nossa sensação de felicidade. Termos com quem contar nos momentos difíceis, com quem partilhar os bons momentos, podermos ser autênticos e mostrar nossas fraquezas, estar com pessoas que nos apoiam e vibram com as nossas conquistas, faz com que a vida adquira um sentido positivo e de pertencimento.

 

            O propósito refere-se a tudo aquilo que realizamos ou que contribuímos que é maior do que nós mesmos, que nos tira do nosso próprio egoísmo. Criar uma família por exemplo, tem muito mais a ver com propósito do que com prazer. Pesquisas mostram que a sensação de bem-estar dos pais diminui após a chegada dos filhos, principalmente nos primeiros anos, porque a entrega física e mental é muito grande e faz com que tenham que abrir mão de si mesmo em prol do bem-estar daqueles bebês. Mas é exatamente aí onde entra o propósito, abrir mão um pouco de si em prol do outro. Seja na família, na religião, na política, no trabalho voluntário… Sentir que estamos contribuindo para melhorar o mundo, mesmo que seja para as futuras gerações, aumenta a nossa felicidade a longo prazo e nos traz paz.

 

            A necessidade de realização faz parte da condição humana. O ser humano busca o sucesso e é a partir dele que ocorrem as maiores realizações da humanidade. Pessoas que buscam atingir objetivos e realizar seus projetos referem um se sentir mais felizes do que aquelas que não possuem metas. A dopamina, tão falada atualmente em função do vício nas redes sociais, está relacionada com a motivação e a recompensa. Nós precisamos estar motivados para viver, senão tudo perde o sentido e acabamos caindo numa escuridão perigosa. Se a motivação for pequena e a recompensa vier muito fácil, como no caso das redes sociais, acabamos atrofiando nossa capacidade de lutar por objetivos maiores e de longo prazo, que nos dariam uma sensação de felicidade mais duradoura.

 

             E por fim, a saúde física, que nos traz bem-estar, força, agilidade, alegria. Quando estamos constantemente doentes ou com problemas graves de saúde, é natural que nossos níveis de bem-estar diminuam significativamente. Por isso, é tão importante cuidarmos tanto da saúde física quanto da saúde mental para alcançarmos uma felicidade real e de longo prazo.

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